quinta-feira, 28 de julho de 2011

Lendas e Mistérios


Lendas e Mistério 


 Short-Fic






Diz a Lenda que muitos e muitos anos atras,
Um casal que se amava contra a vontade dos pais,
Se encontravam escondidos na escuridão
Eram guiados pela força da sua paixão,
Era o amor vencendo o medo,
Eles guardavam o segredo
A sete chaves em seu coração.


         A escuridão da noite fria se abria sobre a garota que corria cortando a relva baixa e puxando o capuz de sua capa negra que lhe cobria a face de anjo.

         Seu coração estava apertado. Somente quando olhasse nos olhos dele que esse aperto se aliviaria.

         Já fazia dois meses que eles se encontravam as escondidas. Desde que seus pais tomaram conhecimento sobre os dois, proibiram completamente de se verem. Eram terminantemente contra o que eles sentiam; “paixão adolescente” – eles diziam – “era questão de tempo para isso acabar”

         Isabella corria contra o tempo. Atrasara hoje e tinha medo que seu amado pensasse que não apareceria mais. O vento frio açoitava seu rosto e ela cobria como podia. Já estava perto e respirar estava difícil pela corrida. “Só mais alguns metros” ela pensava. Seu coração batia acelerado, porem, ela não sabia se era por ter corrido ou a expectativa de ver seu amor de novo.

         Quando pulou a ultima franja de samambaias úmidas pode vê-lo. Lá estava ele, era apenas uma sombra sentado de pernas cruzadas, de costas para ela, sob a noite negra com alguns pontos de luz que era a única coisa que o iluminava, tornando, de certa forma, o lugar sombrio.

         Ela se aproximou lentamente dele, sem fazer nenhum barulho. Colocou suas delicadas mãos brancas sobre os olhos dourados de seu amado e abaixou o rosto na altura de seu ouvido e ali depositou um beijo enquanto respirava o perfume único que exalava de sua pele.

         O rapaz ao sentir as mãos de Isabella sobre seus olhos, e um delicado beijo no seu pescoço alvo, sentiu sua pele se arrepiar. Ergueu os braços para traz e a puxou para o seu colo. Levou as mãos ao seu rosto, e, delicadamente, abaixou o capuz que lhe cobria a face, revelando aqueles enormes olhos de chocolate que brilhavam sob a luz das estrelas.

         Isabella finalmente sentiu o alivio que tanto ansiava em seu coração ao finalmente encarar aquelas orbes douradas que amava com todo o seu ser.

         - Te amo – ela sussurrou baixinho e aproximou seus lábios dos deles, dando lhe um beijo casto.

         - Você é a minha vida – ele respondeu e acrescentou – e eu te amo. Muito.

         Não aprofundaram o beijo – ainda não se sentiam prontos para isso, embora o desejo gritasse dentro deles –, se afastaram minimamente e começaram a trocar caricias. Nada precisava ser dito. O silencio de seus gestos já falava o suficiente por eles.

         O amor lhes rodeava era praticamente palpável. Mesmo jovens demais, já sabiam o significado daquele sentimento e apenas se deixavam se levar por ele.

         - Você demorou hoje. – Edward disse, após algum tempo em silencio, enquanto enrolava seus dedos em uma mecha de cabelos de Isabella.

         - Foi minha mãe – Isabella murmurou e se virou, empurrando-o para deitá-lo sobre a grama fria da clareira, para logo em seguida, encostar-se sobre o peito de Edward, encarando seus olhos dourados que pareciam com ouro derretido. – hoje veio com uma conversa de que meu pai havia arranjado um noivo para mim. –soltou um suspiro pesado.

         Uma fúria inexplicável se apossou do corpo de Edward. Um sentimento como ele imaginou ser o ciúme, apesar de infundado. Sabia que sua Bella o amava.

         - Quem? – perguntou, enquanto tentava se acalmar. Não queria que sua Bella percebesse um sentimento ruim como o ciúme que emanava dele naquele momento.

         - Eu não sei. – ela disse baixinho, de repente sua voz estava embargada e ela sentia como se houvesse um caroço na sua garganta – eu pensei que ela estivesse apenas blefando, para saber minha reação. Não me dei ao trabalho de perguntar.

         Edward apenas apertou os braços ao redor de Isabella de forma possessiva. Ele sentiu, de repente, sua camisa úmida. Percebeu que ela chorava silenciosamente com o rosto enterrado em seu peito.

         - Shhh meu amor. Eu to aqui. – ele beijou o topo de sua cabeça quando ela deixou escapar um soluço. – E nunca vou te deixar – ele esfregou o braço de Isabella, tentando passar algum conforto.

         - Eu to com medo Edward – disse ela em meio a outro soluço – e se meus pais me obrigarem a me casar com alguém? Alguém que não seja você? – ela ergueu o rosto na altura dos dele e lagrimas grossas escaparam de seus olhos de chocolate.

         A fúria logo foi substituída por tristeza. Ele não agüentava ver tanta dor nos olhos de sua amada. A dor dela, era sua própria dor. Ele passou os dedos pelas bochechas de Isabella numa tentativa vã de secar as lagrimas.

         - Eu não vou permitir – Edward disse com determinação – eu prometo, por todo o amor que eu sinto por você, que nada, mas nada irá nos separar. – no fim, seus olhos estavam marejados com o simples pensamento de perder a mulher que tanto amava.

         Eles se olharam nos olhos por mais um algum tempo, até que, por fim, Isabella sacudiu a cabeça como se quisesse espantar algum pensamento e depositou um beijo nos lábios de Edward.

         - Eu confio em você. E no nosso amor – completou com um sorriso brincando nos lábios. Ela passou o braço sobre os olhos, secado as ultimas lagrimas que escorriam por seu rosto.

         Alivio logo tomou conta do coração de Edward, pela simples ameaça de um sorriso na face de Isabella. Ele inverteu suas posições, ficando sobre ela e logo começou a distribuir beijos inocentes em seu pescoço, arrancando gargalhada dela.

         - Pa-ra Edwar-d – tentava desviar das mãos dele, que agora trabalhavam em sua barriga, fazendo cócegas deliciosas.

         Ele ergueu o rosto e um sorriso se alargou em sua face ao ver a expressão feliz que Isabella tinha agora. A tristeza de instantes atrás fora totalmente esquecida.

         - É assim que eu quero te ver sempre meu amor– sussurrou Edward – anjos não devem chorar. – beijo-lhe os lábios e se sentou, a puxando consigo.

         - Você é que é o meu anjo. – Ela respondeu

         Isabella virou o rosto e deu um beijo estalado na bochecha de Edward, para logo em seguida selar seus lábios junto aos dele e se acomodou melhor, sentando de costas para ele e descansando a cabeça sobre o ombro de seu amor.

         Nada mais fizeram naquela noite, se não, apreciarem a companhia um do outro, trocando caricias e juras de amor eterno, tendo apenas a imensidão da noite e as estrelas como testemunhas. Mal imaginavam que a eternidade era bem mais distante do que pensavam.



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Continua... 

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